Placa colocada em local de crime é falsa, diz prefeitura

As execuções do empresário André Cintra, 55 anos, e seu filho, Matheus Cintra, 21 anos, na última sexta-feira (27) ganha mais uma reviravolta. Após polêmica envolvendo a fixação de uma placa, com a logomarca da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), dentro da área de propriedade da vítima, a Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin) afirmou que após análise feita por dois funcionários da secretaria, foi constatada que o material utilizado para confeccionar o material não é o mesmo que a prefeitura utiliza. Segundo a Setin a placa é falsa.

Localizada em um terreno que era alvo de disputa judicial, a peça informava que era permitido o estacionamento de carros desde que não houvesse cobrança de taxa. A informação fornecida pela secretaria contraria a nota emitida pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom).

Segundo a superintendência, “tendo em vista a utilização do terreno em frente ao Posto 3, situado na Av. Paralela, como estacionamento durante o Festival de Verão constatada pela a fiscalização da Sucom, a autarquia informou a Transalvador que o espaço não estava autorizado a funcionar como estacionamento pago. E por isso o órgão de trânsito instalou a placa no local informando a população sobre a situação”, diz a publicação.

Morte

O empresário e seu filho foram executados com 18 tiros após fotografar a placa que dava autorização para motoristas que seguiam para o Festival de Verão.

A fixação da peça teria provocado discussão entre André Cintra e um fiscal da prefeitura um dia antes da morte. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa e o Ministério Público Estadual (MPE) designou dois promotores para acompanhar o caso.

Investigação

André Cintra está envolvido em polêmica relacionada com a utilização de sua propriedade como estacionamento em dias de show no Parque de Exposições. Ele e a empresa Aeropark Estacionamentos Ltda. vinham cobrando taxas aos motoristas para estacionarem seus veículos nos terrenos, ao lado do espaço destinado para eventos. Contudo, segundo a prefeitura, o empresário não pagava IPTU e os demais tributos e impostos Municipais da área.

Segundo informações de um funcionário de André Cintra, o empresário esteve no local no dia 26 de janeiro para reclamar da placa fixada que informava a liberação da área, desde que de forma gratuita, para estacionar. Ainda segundo o funcionário, ocorreu discussão entre Cintra e um fiscal da prefeitura e o empresário prometeu voltar para resolver a situação.

Ao retornar na manhã de sexta-feira, dois homens já o aguardavam. Os assasinos se aproximaram das vítimas e os executaram dentro do carro. Várias pessoas testemunharam o crime e anotaram a placa de veículo utilizado pelo grupo para fugir. Até o momento ninguém foi preso.

Foto: Gilberto Júnior // Bocão News