O movimento grevista realizado por policiais militares completa, nesta terça-feira (6), sete dias. Por enquanto, perde para a greve que marcou o Estado, em 2001, quando por 13 dias a população viveu momentos de pânico e terror na capital baiano e cidades do interior.
Em contato com a equipe do Bocão News, César Borges, ex-senador, presidente do PR e governador da Bahia em 2001, relatou um pouco do que enfrentou na guerra da polícia quando à frente do Estado. "Sofri na pele. A diferença da greve de 2001 para a de hoje é que nesta não há deputados fazendo exploração política", disse Borges.
Para o presidente do PR, usar o exército para debelar sem haver negociação pode gerar uma ação momentânea e agravar a situação. "Para que tudo se resolva deve haaver negociação. Pelo que venho acompanhando nos veículos de comunicação, os 'amotinados' como os chama o governo apresentaram uma pauta muito reduzida. Constam apenas a questão da anistia para os líderes do movimento e a gratificação. Deve haver uma negociação urgente. Só o exército nõ basta", ressaltou.
César Borges relembrou que na última greve ele foi pedir ajuda à Brasília e conseguiu, "com muita dificuldade, que o exército viesse para cá. Foi a partir de dá que se alterou a constituição, permitindo que a Força Militar - além de defender a soberania possa atuar junto à sociedade".
Sobre o posicioanmento do governador Jaques Wagner, César Borges disse não querar criticá-lo, mas afirmou que "compete ao governo constituir uma comissão de negociação. Fiz isso em 2001 e consegui contornar a situação. Jaques Wagner precisa descer do pedestal. Ele pode fazer isso. Já foi sindicalista e sabe como negociar estas questões", criticou.
Avaliando uma semanaa de greve, César Borges resume o momento como preocupante e temeroso. "A Bahia precisa urgente voltar ao estado de normalidade na saúde, educaçãoo, política e segurança. Isso tem que ser logo. Basta haver negociação", concluiu.
Foto: Paulo Macêdo//Bocão News
No início da tarde de hoje, o secretário de comunicação do Estado, Robinson Almeida, afirmou em entrevista ao programa Se Liga Bocão que momento de maior dificuladde foi pela manhã e agora há uma negociação em curso para ser restabelecido um estdo de direito democrático. "O Priso (líder do movimento) tem um mandato de prisão que será cumprido. Após isto acontecer podemos sentar e conversar com o movimento", afirmou.
Greve de 2001 - Motivados pelo arrocho salarial e as péssimas condições de trabalho acumulados ao longo dos anos policiais militares tomaram quartéis e deram início a uma greve que durou 13 dias e provocou caos em Salvador três dias após o 2 de Julho de 2001. Encapuzados, policiais militares promoveram manifestação diante do batalhão no Centro Administrativo da Bahia.
A revolta foi fomentada por um grupo de policiais militares tendo à frente o então sargento Isidório (hoje deputado estadual), um dos líder do movimento tido como a primeira grande manifestação da história da categoria. Ao final do movimento, segundo dados oficiais, foram ao menos 100 lojas saqueadas (19 eram da Cesta do Povo), um prejuízo estima em R$ 7 milhões.
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