quinta-feira, 28 de junho de 2012

Tráfico de drogas impede trabalho de agentes de endemias em Salvador



Os cerca de 2,2 mil servidores municipais que trabalham com endemias em Salvador já sofreram algum tipo de retaliação ao chegar em bairros considerados violentos. “Enquanto estamos conversando um agente está sendo abordado agora de alguma forma. A intimidação é uma constância nesse trabalho”, denunciou o coordenador de comunicação do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias (Sindac-BA), André Melo. A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde (Sesab), Maria Aparecida Araújo, chega a atribuir ao tráfico de drogas e à criminalidade a maior barreira para a eficácia da prevenção e do controle da doença nas regiões da capital baiana com maior Índice de Infestação Predial (IIP). “A dengue é uma doença muito complexa, pois depende de cada um fazer a sua parte, além de ter chegado ao estado o tipo 4 da doença, o qual a população não está imune. Além disso, tem as questões da coleta inadequada de lixo e falta de saneamento básico. Mas, nas cidades maiores, a violência também aparece como um fator preponderante. O tráfico não deixa o agente de endemias entrar em alguns locais. Barram mesmo”, alertou. De acordo com a Sesab, até o dia 26 foram notificados 52.215 casos de dengue, enquanto em todo o ano passado foram 55.460. Salvador lidera a lista dos dez municípios com maior número de casos no estado com 5.730 e o IPP da cidade está em 4,2% - ou seja, a cada 100 imóveis visitados, quatro apresentam larvas do mosquito. De acordo com a classificação de risco do Ministério da Saúde, o índice maior que 3,9% significa alto risco de epidemia.

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