Projetado quando a coreografia de Ai, se Eu te Pego ganhou os gramados espanhóis com o português Cristiano Ronaldo, que fez a provocante dancinha na comemoração de um gol em outubro passado, o sertanejo Michel Teló virou hit mundial. E chega cada vez mais longe. Depois de fazer shows em onze países da Europa, ele prepara um disco em espanhol e negocia a sua estreia nos palcos americanos com produtores de turnês de nomes como Justin Timberlake. Não deve faltar público: na última semana, a música entrou na 95ª posição da lista Billboard Hot 100, que compila as faixas mais tocadas na terra de Obama.
Teló sabe aproveitar seu momento. É antenado. Natural de Medianeira, cidade pequena do interior do Paraná, o músico guarda poucas características do estereótipo do “caipira”. Às vezes, deixa escapar o sotaque arrastado. Diz que não tem mais tempo para pescar e que adora a estrada. Mas o visual moderninho e o cabelo arrepiado entregam que Teló é um tipo diferente de músico sertanejo. Adepto de gírias (“top” para bom e “Face” para Facebook), apaixonado por videogame (especialmente por jogos de futebol) e com gosto pela música pop (bandas como Coldplay e Maroon 5), ele se assemelha aos “baladeiros” que lotam seus shows.
Mas seus 31 anos de vida – e 19 de carreira – o afastam do deslumbramento. Pé no chão, o músico investe os milhões que gasta no mercado imobiliário: está construindo uma casa em São Paulo, onde já tem um apartamento. Tem ainda imóveis em Passo Fundo (RS), é sócio de uma construtora em Campo Grande e dono de uma editora de músicas.
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