O governo federal promove nesta segunda-feira (6), a primeira rodada de privatizações dos aeroportos brasileiros de olho nas futuras concessões. A expectativa é que depois do leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, marcado para amanhã (6), às 10 horas, na sede da BM&FBovespa, o governo da presidente Dilma Rousseff acelere os estudos para a licitação do Galeão (RJ), Confins (MG) e Recife (PE) - ou Manaus, no Amazonas.
Um sucesso na disputa de amanhã (6), que contará com, pelo menos, 11 consórcios, ajudará a fortalecer o coro da iniciativa privada de que a solução para os aeroportos é a privatização. Além disso, o País corre contra o tempo para realizar todas as intervenções necessárias para receber os eventos esportivos: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.
A exemplo do leilão de amanhã, as futuras concessões já contam com pretendentes. Alguns investidores não conseguiram fechar todos os acordos a tempo para entregar as garantias e propostas financeiras, cujo prazo se encerrou na quinta-feira (2), às 16 horas. Juntos os três aeroportos vão representar receitas anuais de, no mínimo, R$ 326 milhões para a União.
"Vamos cobrar que o governo apresente logo o plano de outorga dos aeroportos. Tem muito terminal lucrativo no Brasil. Só dá prejuízo porque a administração é falha", diz o presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio.
Ao contrário das três concessões que serão feitas amanhã (apenas Brasília teve prejuízo), os próximos aeroportos candidatos à privatização não têm apresentado um resultado operacional positivo. O Galeão, por exemplo, apesar de ter o maior fluxo de passageiros (12 milhões/ano), registrou prejuízo de R$ 199 milhões em 2010, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O aeroporto apresentou custo de R$ 518 milhões e receitas de R$ 315 milhões.
Confins seria o segundo maior terminal da próxima rodada de privatização em passageiros. Em 2010, transportou 7,12 milhões de pessoas. Foi o que teve menor prejuízo no período: R$ 5,9 milhões. Recife e Manaus tiveram resultado operacional negativo em R$ 32 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente. "Quando esses aeroportos forem transferidos para a iniciativa privada essa situação muda", diz Amadio.
Advogados consultados por investidores concordam com o executivo Eles estão surpresos com o forte apetite demonstrado para a primeira rodada de concessões. O motivo de tanto interesse está no aumento do volume de passageiros. Nesse quesito, os próximos aeroportos na lista de privatização não deixam nada a desejar. Entre 2002 e 2010, o volume de pessoas que passaram por Confins teve um salto surpreendente de 1.654%. Os demais seguiram a mesma trajetória, mas com taxas de crescimento na casa dos três dígitos. No Galeão, a alta foi de 158%; Recife, 147%; e Manaus, 145%. As informações são do A Tarde.
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