segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

“Moradores da região serrana devem continuar em alerta devido à chuva”, diz secretário estadual de Defesa Civil


O secretário estadual de Defesa Civil do Rio, o coronel Sérgio Simões, pediu que os moradores da região serrana continuem em alerta por causa das chuvas, na manhã desta segunda-feira (2). Simões, que foi para Nova Friburgona noite de domingo (1º), informou que não há registro de ocorrência grave.

- Estamos mobilizados com ações preventivas. O principal avanço para que não aconteça tragédias como as do ano passado é a participação das comunidades que ficam em áreas de risco.

Segundo o secretário, as lideranças comunitárias estão engajadas e proativa para evitar novos desastres.

Simões ressaltou ainda que é importante que a população obedeça as orientações da Defesa Civil e procurem locais seguros em caso de temporais.

Na noite de domingo, agentes percorreram sete comunidades que ficam em áreas criticas em Nova Friburgo para avaliar a situação nesses locais. Cerca de 300 pessoas deixaram suas casa na região para se abrigar em pontos de apoio montados pela prefeitura. Elas retornaram conforma a chuva diminuiu.

Chuva forte

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou o acumulado 135,2 mm de chuva na cidade de Nova Friburgo, naregião serrana do Estado do Rio de Janeiro, entre domingo e as 4h desta segunda. A marca representa mais da metade da média do mês de janeiro, em pouco mais de 24 horas. Desta forma, Nova Friburgo é a cidade com o maior índice de chuva entre esse curto período para todo o Estado do Rio.

O município, um dos mais afetados pelo temporal de janeiro do ano passado, está em alerta máximo desde ontem, segundo o sub-coordenador de Defesa Civil Róbson Teixeira.

- O problema foi que um pequeno trecho do córrego Dantas transbordou pela manhã. Por sorte, na parte da tarde a chuva diminuiu e o córrego começou a voltar ao leito.

Apesar do transbordamento, a água do rio não chegou a invadir as casas da região de Venda das Pedras, conforme explicou Teixeira. Os moradores de áreas de risco que se sentiram ameaçados estão sendo recebidos em pontos de apoio da Defesa Civil espalhados pela cidade.

- Não há ninguém ilhado, mas algumas pessoas estão inseguras com o mau tempo. Temos 95 pontos de apoio abertos para receber a população.

Os bombeiros de Nova Friburgo registraram cinco quedas de árvores sem vítimas.

Teresópolis

O município de Teresópolis, também na região serrana, entrou em estado de atenção, de acordo com da Defesa Civil. O grande volume de chuva derrubou árvores na cidade, sendo que uma delas destruiu parcialmente uma casa. Ninguém ficou ferido.

A região do Parque do Imbuí ficou sem energia depois que galhos atingiram a fiação. Moradores de áreas de riscos são aconselhados a procurarem casas de amigos e parentes em locais mais seguros.

Segundo os bombeiros de Três Rios, as principais ocorrências até esta manhã foram dois desabamentos de casas em barrancos e alagamentos, sem vítimas. Os agentes de Petrópolis disseram que não tinham nenhuma ocorrência relevante das chuvas.

Tragédia das chuvas

Um forte temporal atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro entre a noite de 11 de janeiro de 2010 e a manhã do dia seguinte. Choveu em 24 horas o esperado para o mês inteiro e o resultado foi a maior tragédia climática registrada no país, segundo especialistas de várias áreas.

Deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 900 pessoas e deixaram quase 400 desaparecidas. Cerca de 30 mil sobreviventes ficaram desalojados ou desabrigados. Escolas, ginásios esportivos e igrejas viraram abrigos. Hospitais ficaram cheios de feridos na primeira semana; estando a maioria já recuperada. Cerca de 15 dias depois da catástrofe, doenças como leptospirose (provocada pelo contato com a urina de rato) começaram a assolar a população. Autoridades então passaram a monitorar casos confirmados e pacientes suspeitos, além de educar o povo em relação à prevenção.

As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal foram as mais afetadas e decretaram estado de calamidade pública. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados durante alguns dias.

As três esferas de governo se uniram para ajudar as vítimas e reconstruir as cidades. No dia 14 de janeiro de 2010, a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência. Além disso, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. No dia 27 do mesmo mês, a presidente esteve no Rio e anunciou a entrega de 8.000 casas para desabrigados.

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