segunda-feira, 14 de março de 2011

Brasileiro no Japão conta que falta pão e água no país


O paulistano Flavio Sakano Jr., de 30 anos, há quase 3 vivendo no Japão, teve sua rotina completamente alterada depois do terremoto que atingiu o país e provocou um tsunami na última sexta-feira. De acordo com ele, que mora na cidade de Ayase, na região de Kanagawa Ken, falta água e pão.

— Segundo relatos, parece o arroz já começa a faltar, postos de combustíveis estão fechados, ainda não sei o motivo, se é pela falta ou precaução, com medo de novos tremores — conta.

Ele relata que muitas filas se formam para telefonar em telefones públicos, pois a população ficou muito tempo sem linha nos celulares. Em Yokohama, a estação de trem ficou fechada por longos períodos e ruas foram interditadas devido aos estragos provocados pelo tremor.

Sakano também não sabe se irá trabalhar nos próximos dias. Empresas de todo o país estão reduzindo as horas de trabalho e outras deixaram de funcionar devido a cortes na energia.

Ele trabalha em uma empresa que presta serviços para uma montadora de caminhões que exporta para diversos países. Segundo ele, o que mais afetou a região foi o terremoto e o caos que se instaurou depois do tremor.

Os moradores receberam um aviso de corte de energia, mas sua não divulgou informações sobre a interrupção até o momento. No entanto, ele acredita que, caso os cortes ocorram, será obrigado a ficar em casa.

— Com esses acontecimentos, não sei como irá ficar daqui para frente. Segundo relatos, o corte de energia está programado para 6h às 10h e das 16h às 20h30 aqui em Kanagawa.

A CATÁSTROFE

O forte terremoto que atingiu a costa do Japão nesta sexta-feira seguido por um enorme tsunami é o mais intenso desde que a Agência Meteorológica japonesa começou a medir esse tipo de fenômeno no país. O tremor aconteceu por volta das 14h45min (horário local) e teve o epicentro no Oceano Pacífico, a 130 km da península de Ojika, a uma profundidade de 10 quilômetros. Imagens de televisão mostraram inundações em várias aldeias ao longo da costa japonesa. Dezenas de carros, barcos e edifícios foram levados pela força da água. Trens pararam de funcionar e passageiros tiveram que andar até as plataformas. Houve problemas no sistema de telefonia móvel.

VÍTIMAS


A Agência Nacional de Polícia, entretanto, afirmou que ainda não é capaz de confirmar o número total de vítimas. Até as 22h, havia mais de mil mortos e desaparecidos, segundo estimativas da polícia.

Em nota, o Itamaraty informou que não há brasileiros entre os mortos e feridos. Segundo a assessoria da representação diplomática, a maior parte dos 270 mil brasileiros que vivem em território japonês mora no Sul e os tremores ocorreram no Norte.

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