Oposição enfrenta dificuldade para unificar

A greve de parte da Polícia Militar seguida pelo Carnaval de Salvador retardou o diálogo entre as principais lideranças do bloco de oposição ao governo estadual. Contudo, não apenas estes fatores impediram o anúncio de uma candidatura única do bloco, algo que era previsto para acontecer logo após o Carnaval.

De acordo com o presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, estão agendadas reuniões para o início de março. Os peemedebistas estão dispostos a manter o projeto desde que respeitados os acordos e premissas estabelecidas pelo grupo.

No entanto, segundo o próprio Lúcio, se não houver um entendimento até a segunda quinzena do próximo mês a situação muda. “Em política, assim como no futebol, o jogo só termina quando o juiz apita. Até lá tudo é possível. Mas se não houver entendimento, cada um vai procurar colocar seu bloco na rua”, avisou.

O cacique do PMDB ressalta ainda que vai conversar com o radialista e pré-candidato Mário Kertész, que volta amanhã de viagem, para ver qual a posição dele em relação ao cenário atual. Já que em diversas oportunidades, Kertész disse que não vai se envolver em aventuras e que sairia candidato se houvesse ampla aglutinação em torno do seu nome. 

“Diferente do que publicaram nas últimas semanas, nosso principal nome ainda é de Mário. Em caso de desistência dele teremos de avaliar qual a melhor situação. Neste sentido, temos os nomes de Geddel Vieira Lima, Marcelo Guimarães Filho, e podemos fazer as coligações”, enumerou.

Em conversa com a reportagem do Bocão News, o deputado federal Antônio Imbassahy reforçou a sua condição de pré-candidato à prefeitura de Salvador.  “Sempre me coloquei como pré-candidato. Sou totalmente a favor de uma candidatura única na oposição. Mas, nas próximas semanas teremos novidades”.

Ao que parece o deputado quer apenas reassumir a prefeitura, o lugar de vice ele nao quer. “Eu sou pré-candidato a prefeito. Agora, quem quer ser prefeito tem que ter o desprendimento de recuar”. O ex-prefeito finalizou a entrevista de forma enigmática. “E que muitos não se enganem”, revelou.

A disposição do outro deputado federal da Oposição, ACM Neto (DEM), também não é diferente. Em diversas oportunidades afirmou a sua vontade de disputar a sucessão municipal. No caso do representante dos Democrata a questão é ainda mais complexa. A possibilidade de abrir mão agora para assumir a cabeça na chapa em 2014 é tratada como remota, ante à pretenção de Geddel de ser postulante ao governo do estado.

Colocando mais caldo ainda nesta feijoada, o PR que é o partido em “disputa” do momento, lançou, mesmo que despretensiosamente, o nome do ex-senador César Borges como possível candidato. A medida, na avaliação de lideranças políticas, vai mais no sentido de jogar água nos planos do deputado federal Maurício Trindade que namora setores governistas, do que representa uma disposição da legenda de lançar voo solo.