Uma folia do Ilê Aiyê vem causando polêmica nas redes sociais desde a quinta-feira (23), quando contou sobre um episódio de machismo que lhe ocorreu dentro do bloco, no circuito Osmar, Campo Grande, na terça-feira (21). Segundo o testemunho da mestranda no programa de Crítica Cultural da Universidade do Estado da Bahia, Dayse Sacramento, ela foi tratada com desrespeito ao entrar na corda. A moça afirma que chegou a ser encostada contra o trio em movimento porum dos dirigentes da festa, Fernando Ferreira Andrade. Por meio de seu blog pessoal e de seu perfil no Facebook, Dayse diz que, após acompanhar o bloco durante dois dias, teria comprado a fantasia para sair dentro das cordas no último de carnaval. De acordo com o relato, assim que entrou, teria sido abordada por dois homens no início do percurso. "Pessoas como você sujam e envergonham o bloco Ilê Aiyê. Ano que vem, a gente vai botar gente como você para fora, sua indecente. Você deveria respeitar o bloco!”. Ela então entende que a ofensa se referia ao abadá. "Já aos prantos, me dei conta de que eles se referiam à minha fantasia reformada, apenas a blusa como um tomara-que-caia, com a barriga coberta e a saia continuava intacta, não reformei", relatou. Ao exigir respeito, ela teria sido segurando pelo braço por Fernando Ferreira e teria sido encostada no trio elétrico em movimento. "Você comprou sua fantasia nada! Sabe lá como você chegou até aqui!" teria dito Fernando. Segundo Dayse, ao perceberam a situação, outras mulheres afirmaram que aquilo era algo recorrente nos desfiles do bloco. Dayse prestou queixa junto ao Observatório de Discriminação, Violência contra a Mulher e GLBT, da Secretaria Municipal de Reparação, e afirmou que, além disso, deverá acionar judicialmente o bloco. Segundo os dados oficiais, o Observatório registrou neste Carnaval 142 ocorrências, sendo 256 casos de discriminação racial, 138 agressões à mulher e 18 ocorrências de homofobia.
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